sábado, 27 de setembro de 2008

No message in the bottle


No message in the bottle, originally uploaded by pmsmgomes.

Muitos de vós devem estar a pensar o que será feito do Pedro que nunca mais apareceu por aqui? Ou quando aparece não liga nenhuma a ninguém?
Na verdade, cansei de me ver obrigado a comentar fotos que por vezes não acho nem bonitas nem sequer interessantes (no meu gosto pessoal) apenas porque algumas pessoas visitam o meu trabalho, gostam e comentam.

Pensem bem. Vale a pena passar uma ou duas horas por dia a comentar todas as fotos de todos os contactos apenas para que me venham comentar as minhas? E ter de comentar por me sentir na obrigação de, educadamente agradecer comentando? Tenho mais que fazer!
E os que eu comento e que não me comentam as minhas? Deixo de os ter como contactos mesmo que as fotos deles sejam das melhores que há? Nem eu quero que sintam o mesmo que eu.

Obviamente há algumas (boas) excepções que provaram ao longo do tempo, que não tem de ser assim.

Pois porque há vida para além do Flickr, do Olhares, Ipernity, etc, e porque as fotos vão-se fazendo à mesma que é o que dá mais prazer no meio disto tudo, e é para isso que cá ando.
Irei continuar a colocar aqui as minhas fotos, continuarei a passar pelas galerias dos meus amigos, se gostar favorito, e se adorar ou detestar, comentarei, mas sem os clichés tipo copy paste que tanto passei a abominar como "bonita composição", "Belas cores", "lindo olhar", lindíssima", "Belíssima", etc. como se fossem piropos de trolhas a uma mulher bonita que passa na rua.

Sei que muitos sentem o mesmo e que por esses, serei de imediato compreendido. Os outros, olha, paciência.

Resumindo, estou cá, presente, mais crítico e mais exigente comigo próprio e com os outros. E não tenho tempo para passar tanto tempo a responder a fotos de quem comentou por obrigação moral e não por prazer.

terça-feira, 12 de agosto de 2008

Washed away


Washed away, originally uploaded by pmsmgomes.

O making of:

Saí num fim de tarde para fazer umas longas exposições.
O céu e a nuvens que apresentava convidaram-me.
Dirigi-me à minha zona preferida em Setúbal, a zona das docas na margem do rio Sado, munido de tripé e com o meu fiel companheiro sempre presente Gorillapod agarrado à mochila da câmara.

Tinha pouco tempo para fotografar com uma luz decente pois o sol já se tinha posto e a noite avançava em passos largos.
Não cheguei a montar o tripé, coloquei a minha "velhinha" no Gorillapod e dei início às experiências.
Montei todo o conjunto Cokin na lente de 11mm e posicionei uns filtros para compensar a iluminação existente.
Coloquei o Pod na areia perto da rebentação provocada pelas pequenas ondas do Sado e comecei a fotografar.

Após umas quantas fotos, fui mudando os filtros até encontrar a combinação que melhor retratava a imagem que idealizara.
Achada esta, fui fotografando quando me apercebi de um objecto deixado na areia da mini praia. Era um pedaço de tubo em alumínio dobrado em forma triangular, não muito perfeita.
Pensei em, pela primeira vez, "montar" uma fotografia.

Coloquei o tubo na zona de rebentação das mini ondas do rio, o Pod com a máquina a uns escassos 10 centímetros de altura para poder captar uma perspectiva que englobasse em primeiro plano o tubo e a água, mas também a linha do horizonte e um bom pedaço de céu por causa das nuvens.
Tive de limpar por diversas vezes o filtro respingado com salpicos de água e uma atenção especial com o nível desta, com uma mão na correia prestes a levantar o conjunto não viesse por ali um tsunami que me arruinasse o equipamento, e com a outra no controlo remoto para efectuar os disparos.

Durante a exposição de 10 segundos, 3 ondas moveram o tubo faseada mente, daí este ter ficado retratado como se vê na foto.
Tive a sorte de ter aproveitado um momento fugaz de luz que proporcionaram a fotografia aqui apresentada.

Poucos minutos depois, tudo ficou mais escuro e regressei a casa. Não sem antes resgatar o tubo das pequenas ondas que o arrastavam rio adentro. Devolvi-o à sua localização original.

Regressei a casa satisfeito.



terça-feira, 24 de junho de 2008

Um relance do Paraíso


A glimpse of heaven, originally uploaded by pmsmgomes.

A história por detrás da foto


Numa recente viagem ao país do sol nascente, em Maio, sobrou-nos um resto de tarde para darmos um passeio.

Como todos já conheciam os ícones tradicionais de Tóquio, decidimos ir até um jardim que alguém havia visto num guia de bolso.

Lá fomos, de metro e comboio de superfície até à estação de Komagome.

Seriam umas 16:30 locais nesse momento.

Perguntámos a vários transeuntes onde ficava o jardim de Rikugi-en no nosso melhor e pior Inglês na esperança de sermos bem sucedidos nas primeiras tentativas. Nas segundas lá conseguimos a informação tanto perguntada. Seriam umas 17:00H

Alguns elementos do grupo estavam um pouco cépticos relativamente ao valor adicionado de tal visita.

Eis que nos encontramos na entrada do jardim, pouco promissor debaixo de um céu acinzentado e com uma promessa de luz que cedo se iria desvanecer.

Após o pagamento da entrada e de termos ficado um pouco desiludidos com a notícia da hora de encerramento do jardim, às 17:30H, apressámos-nos a entrar, sem expectativas.

Pois mesmo que as tivéssemos, estas seriam facilmente ultrapassadas com o espectáculo que se perfilou no nosso olhar.

Um local rigorosa e impecavelmente bem tratado, diria, incólume! Tudo no sítio, arranjadinho à boa maneira sábia e paciente tão característica do povo Japonês.

Sem descurar um detalhe, a harmonia em formas e cores reinava, no meio de uma limpeza que, no fim do dia, quase à hora de fechar, parecia acabada de fazer. Nem um sinal de lixo no chão!

Apressadamente, dirigi-me aos pontos que me pareciam mais favoráveis para fazer umas fotos.

De monopé e guarnecido com uns filtros, quase que perdi a noção do tempo.

A chuva serviu de despertador. Eram quase 17:30H quando em passadas largas, abrigando-me da chuva, me dirigi para a entrada do jardim, onde os outros aguardavam por mim.

Olhei para trás de relance e prometi a mim mesmo que, se um dia voltar a Tóquio, terei de voltar a Rikugi-en com tempo de sobra, nem que seja sozinho, com votos de um céu mais azul.... e agora, sabendo onde fica, chego lá mais rápido...